A urolitíase é um dos problemas mais comuns dentro da urologia, causa muito desconforto e exige uma avaliação médica.
Veja neste texto o que é urolitíase, quais são os sintomas e como tratar.
Urolitíase: o que é?
A urolitíase é o termo médico que descreve os cálculos urinários, que popularmente são conhecidos como pedra no rim ou também como cálculo renal, no entanto, os cálculos também podem estar em qualquer outra parte do trato urinário, como os ureteres, bexiga e uretra.
São calcificações que se formam quando a urina está supersaturada de substâncias minerais como o oxalato de cálcio, ácido úrico, cistina e estruvita. Quando os sais não se dissipam na urina, essas podem ficar maiores e provocar crises bastante dolorosas. Pode ser uma urolitíase bilateral (em ambos os rins) ou unilateral (em um rim).
Já quando as pedras estão na bexiga também podem ser fruto de obstrução, infecção ou corpos estranhos no órgão.
A urolitíase é um problema que afeta mais os homens, porém, mulheres também podem desenvolver o quadro.
Essa condição deve ser investigada o quanto antes, caso contrário, poderá provocar infecção urinária e evoluir para pielonefrite aguda, uma doença grave que traz sérios riscos à funcionalidade dos rins.
O que causa a urolitíase?
Em geral, os cálculos renais podem ser resultado da baixa hidratação do corpo, o que resulta em um menor volume urinário. Não à toa, os médicos sempre apontam para a necessidade de manter uma hidratação, porque ajuda na filtragem do sangue, na eliminação de toxinas e na proteção dos rins.
A partir de uma maior ingestão de líquidos, o volume urinário será maior e essas formações poderão ser eliminadas durante a micção.
Como a hidratação está intimamente ligada à urolitíase, a incidência desse problema pode ser até 30% maior durante o verão, quando as temperaturas estão mais altas, porque as pessoas transpiram mais e não repõem esses líquidos. Assim, a água ou outros líquidos consumidos não são suficientes e a urina fica com uma maior concentração de sais, favorecendo a formação das calcificações.
Outros fatores de risco para urolitíase
Além da baixa ingestão de líquidos, há outros fatores de riscos que podem levar um paciente a manifestar a urolitíase, como:
- Histórico familiar;
- Anomalias anatômicas no trato urinário;
- Distúrbios metabólicos;
- Doenças intestinais;
- Cistinúria (erro no metabolismo de transmissão autossômica com alteração no transporte da cistina, ornitina, arginina e lisina)
- Exposição crônica a substâncias químicas, como cádmio e chumbo;
- Uso excessivo de diuréticos;
- Dieta com ingestão excessiva de proteína animal, oxalato, sódio e urato;
- Fazer atividades físicas e não se hidratar;
- Uso de medicamentos que causam hiperuricemia (ácido úrico alto).
Urolitíase: sinais e sintomas
Muitas pedras podem não provocar sintomas e ser eliminadas sem que o paciente perceba. Porém, quando manifestam sintomas, além das cólicas renais agudas, quase insuportáveis, a urolitíase pode provocar:
- Dor súbita nas costas, flancos e virilhas;
- Sangue na urina;
- Náuseas e vômitos.
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Urolitíase: diagnóstico
O diagnóstico desse problema urológico pode ser realizado a partir da anamnese e exames físicos, laboratoriais e de imagem.
Os exames de imagem serão muito importantes para determinar o tamanho da pedra e o tratamento necessário. Essas formações variam muito de dimensão, o que também é uma característica que pode determinar a intensidade da dor, especialmente quando é uma pedra no canal da urina e se está em movimento.
Embora, uma boa parte dos cálculos sejam eliminados em até 48 horas, outros não passam naturalmente pelo canal, e podem provocar obstrução da urina, que também traz risco às funções renais.
Uma pedra de até 4mm tem praticamente 80% de chances de ser eliminada pela urina, mas quando é de 5mm essas chances caem muito. Quanto maior a pedra, aumenta a necessidade de algum procedimento para eliminá-la.
Mas, além do tamanho da pedra, algumas condições também podem prejudicar a eliminação natural, como o tamanho da próstata ou gravidez.

Urolitíase: tratamento
O tratamento da urolitíase passa pelo uso de medicamentos analgésicos e também antibióticos, caso tenha deflagrado uma infecção urinária.
Porém, um ponto importante a ser destacado é que os pacientes que estão com urolitíase, no momento da crise, não devem ingerir líquidos, para não provocar ainda mais pressão nos rins.
Caso seja necessário um procedimento para eliminar a pedra, um dos indicados é a ureterorrenolitotripsia, que é uma cirurgia endoscópica para os cálculos que estão nos rins ou nas vias urinárias.
Quando a pedra é muito grande e está causando a obstrução da urina, pode ser indicada essa cirurgia em caráter de urgência. O procedimento permite visualizar, manipular e eliminar os cálculos com jatos de laser.
No entanto, quando um paciente é assintomático, passa em consulta com o urologista e os resultados dos seus exames apresentam uma pedra de tamanho importante, ureterorrenolitotripsia também poderá ser indicada em caráter eletivo.
Como evitar a urolitíase?
Embora a urolitíase apresente um grau importante de reincidências, pode ser evitada caso os maus hábitos do paciente sejam alterados.
Entre as alterações que uma pessoa pode fazer é eliminar (ou diminuir) alguns itens de sua dieta e passar a tomar mais líquidos. Ao ingerir mais água vai perceber que a urina vai ter uma coloração amarela clara e isso demonstra que está bem hidratada.
Ideal é que o paciente consuma ao menos 1,5 litro de líquidos ao dia para evitar a formação das pedras.
Além disso, recentemente, também tem sido indicada a ingestão de sucos de frutas ricos em ácido cítrico para evitar as urolitíases.
Mas, sempre que possível, o ideal é passar em uma consulta preventiva com o urologista, para entender se está com o sistema urinário preservado ou diagnosticar alguns problemas de forma precoce e facilitar o tratamento.