A Síndrome de Cushing é uma patologia que ocorre a partir de um distúrbio na produção de cortisol. Essa doença, que atinge mais as mulheres e traz sintomas muito específicos, exige tratamento porque pode evoluir para problemas graves de saúde.
Se quer entender melhor o que é a Síndrome de Cushing, seus sinais e sintomas, leia o texto até o final.
O que é Síndrome de Cushing?
Quando as pessoas têm excesso do hormônio cortisol no organismo, seja por uma produção endógena ou pelo uso de medicamentos, elas podem desenvolver uma patologia conhecida como hiperadrenocorticismo ou Síndrome de Cushing.
Produzido pelas glândulas suprarrenais, que ficam no topo dos rins, o cortisol é conhecido como o hormônio do estresse, e regula diversas funções do organismo, como a glicose no sangue, a pressão arterial, reduz a inflamação no corpo e também transforma o alimento ingerido em energia, ou seja, em condições normais é essencial para o metabolismo.
Geralmente, a síndrome afeta 3 vezes mais as mulheres do que homens, e costuma surgir em pessoas entre 30 e 50 anos. Em casos mais raros, pode atingir crianças, que podem ter o crescimento prejudicado.

Causas da Síndrome
Entre as principais causas para o surgimento da Síndrome de Cushing em uma pessoa, está o uso prolongado de corticoides orais, em altas doses e por longo tempo. Esses medicamentos podem ser necessários no tratamento de lúpus, asma, artrite reumatoide e outras doenças inflamatórias.
O uso de corticoides injetáveis para tratar dores nas costas, nas articulações e bursite também surgem como causas da doença.
A produção excessiva de cortisol de forma endógena é mais rara, mas pode ser provocada por tumores nas glândulas suprarrenais, na glândula pituitária do cérebro, tumor secretor de ACTH (hormônio adrenocorticotrópico, que pode ser benigno ou maligno), por herança genética, desnutrição, treinos intensos, alcoolismo e altos níveis de estresse.
Tumores que levam à Síndrome de Cushing
Glândula pituitária: 8 de cada 10 casos de Síndrome de Cushing são resultado desses tumores. Ocorre quando o cortisol é produzido em excesso pela glândula pituitária, que recebe estímulo da superprodução de ACTH pela hipófise. Quando é fruto da glândula pituitária passa a se chamar doença de Cushing e também afeta mais as mulheres. Os adenomas hipofisários não costumam ser malignos.
Adrenal: esse tipo de tumor costuma ser benigno, porém, pode ocorrer também uma malignidade.
Tumor secretor de ACTH: em boa parte das vezes, esses tumores ocorrem nos pulmões, tireoide, pâncreas e glândula timo. Podem ser cancerosos.
Síndrome de Cushing: sintomas
Os sintomas de Síndrome de Cushing podem começar gradualmente ou de forma repentina e, inclusive, podem ser perceptíveis na própria silhueta do paciente.
Os sinais mais típicos de quem tem a doença são:
- Rosto arredondado, inchado e avermelhado;
- Ganho de peso com acúmulo de gordura na nuca (corcunda de búfalo), ombros e abdômen, embora os braços continuem mais finos;
- Estrias na pele.
As mulheres que sofrem com a patologia também podem apresentar pelos faciais e corporais no rosto, pescoço, peito e coxas, além de irregularidades no ciclo menstrual. Enquanto os homens podem manifestar também disfunção erétil e redução da fertilidade.
Porém, para quem tem a Síndrome de Cushing, os sinais e sintomas também podem ser fraqueza nas coxas e braços, fadiga, acne, pele que machuca facilmente, mudanças de humor, dores de cabeça, escurecimento da pele, depressão e redução da libido, em ambos os sexos.
Leia também sobre:
Diagnóstico de Síndrome de Cushing
Diagnosticar a doença nem sempre é tão fácil, porque seus sinais e sintomas se confundem com os de muitas outras patologias, por isso, a consulta pode começar por um diagnóstico de exclusão.
Além disso, o médico irá investigar as queixas dos pacientes, as características físicas que apontam para a doença.
Caso o paciente não esteja tomando corticoides, o médico também pode pedir exames de laboratório, como de sangue, teste de cortisol urinário livre, hormonais e de saliva, e outros de imagem, que permitam a visualização das glândulas adrenais e pituitária.
Além de trazer mais dados que apontam para a patologia, os exames também vão ajudar a descartar ou confirmar outras doenças.
Síndrome de cushing: tratamento
O tratamento da Síndrome de Cushing é essencial para aliviar os sintomas e evitar complicações, como o surgimento de outras patologias, como infecções frequentes, derrames e ataques cardíacos, perda de massa muscular, osteoporose, que podem levar a muitas fraturas ósseas; perdas de memória, problemas cognitivos, síndrome metabólica, pressão alta, diabetes tipo 2, etc.
O tratamento consiste em reduzir os níveis de cortisol no organismo. Caso o paciente já informe ao médico que usa corticoides de forma contínua, o especialista poderá fazer uma revisão em seus medicamentos e reduzir as doses. Porém, nunca reduza as doses sem supervisão médica.
Já se a síndrome tiver sido causada por um tumor existem algumas opções, como a cirurgia para remover o tumor.
No entanto, para alguns pacientes a cirurgia não é possível, então, o médico pode indicar o uso de uma combinação de medicamentos que reduzam a produção do cortisol no organismo pelas suprarrenais ou glândula pituitária.
Conclusão
Se você apresenta as características apontadas acima, procure um médico para avaliar sua saúde.
É essencial tratar a Síndrome de Cushing para que a patologia não provoque doenças graves para o paciente. Além dos medicamentos, algumas alterações nos hábitos de vida também podem ajudar no tratamento, como a perda de peso, reduzir o sal e o açúcar da dieta, além de evitar o consumo de álcool.
Leia também: