Inflamações, escapes, vontade frequente de urinar e dores crônicas são alguns problemas da bexiga que geram muito desconforto nas mulheres.
Veja nesse texto quais são as principais patologias que incomodam o público feminino, os sinais de problemas na bexiga e como tratar.
Como saber se estou com problema na bexiga?
Essa é uma pergunta que muitas mulheres fazem a si mesmas antes de passar por uma consulta com um médico. O motivo é porque são diversos os problemas na bexiga que podem afetar a qualidade de vida da população feminina.
Embora esse órgão oco, responsável pelo armazenamento da urina e que fica na parte inferior da pelve, seja igual nos homens e nas mulheres, em muitos casos, as condições anatômicas das mulheres favorecem que as patologias urinárias acometam muito mais elas do que eles, porque a uretra feminina é mais curta, mede cerca de 4 cm e o esfíncter (músculo responsável pela continência) tem aproximadamente de 2,5 cm.
Mas são os diversos sintomas de problemas na bexiga que podem indicar que a hora é de buscar um especialista, inclusive para proteger o aparelho urinário superior de doenças que podem ser até fatais.
Vamos conhecer esses problemas na bexiga, sintomas, causas e como tratar.
Cistite
Conhecida como infecção urinária ou inflamação da bexiga, a cistite é uma doença do trato urinário que afeta muito as mulheres, especialmente devido às questões anatômicas femininas.
Cerca de 60% das mulheres terão esse problema no trato urinário em algum momento da vida. No entanto, homens também podem ter esse problema na bexiga.
É uma doença provocada pela ação de micro-organismos (fungos ou bactérias), que ficam na região perineal, mas conseguem atingir a bexiga e desencadear um processo inflamatório.
Os sintomas desse problema na bexiga feminina são vontade de urinar frequente, dor na bexiga, ardência ao urinar, micção com pouca quantidade, dores no baixo ventre, sangue na urina, urina turva e com cheiro forte, além de febre baixa.
Após detectar a infecção com exames de urina, o tratamento, em geral, é realizado com ingestão de antibióticos ou antifúngicos.
A cistite não tratada pode levar à infecção do trato urinário superior, atingindo os rins com uma patologia conhecida como pielonefrite, que pode colocar a paciente em risco de lesionar o órgão e até ser fatal.
Ingerir mais líquidos, ter higiene íntima adequada, ir mais frequentemente ao banheiro para urinar, esvaziando completamente a bexiga; e adotar hábitos saudáveis, para melhorar o sistema imunológico, são medidas para evitar a cistite.
Cistite intersticial (Síndrome da Bexiga Dolorosa)
Os estudos médicos também revelam que 90% do público atingido pela doença é feminino. A idade mais acometida é acima dos 40 anos.
A cistite intersticial não se trata da mesma patologia que a cistite tradicional, pode ser conhecida também como síndrome da bexiga dolorosa e provocar lesão e espessamento da parede vesical.
É uma inflamação crônica não infecciosa, que pode ser confundida com a infecção urinária recorrente. Em geral, a cistite intersticial é causada por doenças autoimunes, mas também por agressão da bexiga por substâncias tóxicas e defeito na permeabilidade da parede da bexiga.
Entre os sintomas desse problema na bexiga, ocorrem urgência miccional, aumento da frequência urinária, noctúria, sensação de pressão e sensibilidade na bexiga, dor no ato sexual e dor no baixo ventre. Os sintomas costumam piorar durante a menstruação.
O tratamento pode ser o uso de analgésicos, antidepressivos, anti-histamínicos, botox ou outras abordagens cirúrgicas.

Bexiga Hiperativa
A bexiga hiperativa pode afetar as mulheres, especialmente, após a menopausa.
Esse problema na bexiga feminina é causado pelo mau funcionamento do órgão, que vai sofrer uma redução em sua capacidade de armazenamento da urina.
Devido a essa disfunção no trato urinário surge uma necessidade urgente de urinar (mais de 8 vezes ao dia), que fica muito difícil de ser controlada. Assim, a doença também está associada à incontinência urinária.
Essa doença pode provocar um verdadeiro isolamento social, já que a pessoa sabe que pode não conseguir controlar a micção e sofrer com escapes urinários, ocasionando situações de muito constrangimento. Assim, há reflexos na autoestima e na qualidade de vida, porque o sono também fica muito prejudicado.
Após solicitar um diário miccional do paciente e descartar infecções urinárias, tumor de bexiga, diabetes ou formação de pedras na bexiga, o médico pode iniciar o tratamento da bexiga hiperativa com fisioterapia e terapia comportamental.
A abordagem terapêutica envolve mudança de dieta, perda de peso, micções programadas, parar de fumar, etc.
Além disso, também podem ser prescritos remédios e aplicação de botox para o tratamento do problema.
Incontinência urinária
A incontinência urinária é caracterizada por qualquer perda de urina, independentemente da quantidade. Esse problema na bexiga também é mais comum nas mulheres, atinge 45% delas, especialmente com o avançar da idade.
No entanto, pode ocorrer também problemas na bexiga após cesárea ou após uma episiotomia para o parto, que vão ocasionar a incontinência.
Em geral, o problema está dividido em duas categorias: incontinência de esforço e incontinência de urgência.
A incontinência também traz os mesmos problemas emocionais da bexiga hiperativa e precisa ser tratada.
O problema pode ser tratado com fisioterapia, terapia comportamental, medicamentos e até cirurgia, vai depender de cada caso.
Bexiga caída
Uma condição que pode afetar até 20% das mulheres no mundo inteiro é a bexiga caída. Esse problema na bexiga também é conhecido como prolapso vaginal ou cistocele.
Nesta situação, o órgão começa a descer pela cavidade vaginal, chegando, no estágio mais avançado, a se projetar para fora do corpo. É uma questão muito delicada para uma mulher.
Entre os principais sintomas desse problema na bexiga estão dificuldades para esvaziar a barriga completamente, urgência urinária, frequência de micção aumentada, dor na bexiga, sensação de bola na vcagina, dor no sexo, peso na região pélvica e infecções urinárias constantes.
Essa condição ocorre devido a uma fragilidade na musculatura pélvica feminina, e os principais fatores que podem desencadear o problema são: envelhecimento, número de gestações vaginais e instrumentais, tosses crônicas, constipação intestinal, menopausa, obesidade e atividades físicas extremas.
O tratamento será de acordo com o estágio em que se encontra o prolapso, vai desde observação e acompanhamento do avanço, uso de pessários, fisioterapia preventiva e cirurgias.
Se você tem problemas na bexiga, que médico procurar?
O especialista que cuida das questões do trato urinário das mulheres é o urologista, dentro da subespecialidade urologia feminina.
Além disso, relatados aqui os principais sintomas, fica mais fácil identificar que há uma patologia que merece atenção e buscar ajuda profissional.
Qual exame detecta problemas na bexiga?
Em geral, exames laboratoriais, como testes urodinâmicos, ajudam o especialista a fazer a investigação do problema na bexiga, mas um exame que ajuda muito no diagnóstico da patologia vesical é a cistoscopia.
Esse exame, que visualiza a bexiga e a uretra, pode detectar diversas questões, como inflamações no órgão, câncer ou cálculos urinários.
Com os resultados dos exames, o urologista vai indicar a melhor abordagem terapêutica. Portanto, não demore para buscar um especialista, quanto antes for descoberto o problema da bexiga, mais cedo a paciente retoma sua qualidade de vida.