Você sabe o que acontece quando o útero desce? Esse é um problema conhecido como útero caído ou prolapso vaginal.
Essa patologia urológica pode atingir 30% das mulheres na faixa etária dos 50 aos 89 anos, mas também pode atingir as mais jovens.
Descubra neste texto o que acontece com a mulher com essa patologia de urologia feminina e o que pode ser feito para tratar.
Causas do útero caído
O útero é um órgão no formato de pera, que faz parte do sistema reprodutivo da mulher e está localizado no assoalho pélvico feminino, onde também estão posicionados vários órgãos, como a bexiga, reto, intestino e a própria cavidade vaginal.
Quando os músculos e ligamentos que fazem parte dessa estrutura interna abdominal não oferecem mais suporte porque estão enfraquecidos, o útero desce em direção ao canal vaginal.
Embora essa estrutura musculoesquelética exista no organismo de homens e mulheres, o enfraquecimento do assoalho pélvico é mais comum no público feminino, porque elas têm o que se chama de hiato urogenital. Essa abertura por onde atravessam estruturas como a uretra, vagina e o reto, causa uma fragilidade no assoalho.
O prolapso uterino pode ocorrer em mulheres jovens, mas é muito mais comum em mulheres que estão na menopausa, quando há uma queda do estrogênio, que é um hormônio que ajuda a manter os músculos pélvicos mais fortes. Por isso, quanto mais a idade passa, mais chance há de ocorrer o problema.
As causas para que esse problema urológico ocorra são as mais diversas, vão desde:
- Envelhecimento;
- Múltiplos partos vaginais;
- Crianças macrossômicas (que nascem com mais de 4 quilos);
- Obesidade
- Cirurgia pélvica anterior;
- Tosse crônica;
- Alterações hormonais na menopausa;
- Tumores pélvicos;
- Acúmulo de líquidos no abdômen;
- Aumento da pressão abdominal ao carregar cargas excessivas com frequência (atividade física ou trabalho).

O que acontece quando o útero desce?
Quando o útero desce, à medida que o prolapso avança, as mulheres podem sofrer com diversos sintomas desconfortáveis e, em alguns casos, até incapacitantes para o dia a dia pessoal ou profissional.
Uma das atividades que podem sofrer grandes impactos são as físicas, porque as pacientes podem sentir dores e outros incômodos ao tentar praticar exercícios, porque provocam pressão intra-abdominal.
Além dos distúrbios psicológicos que esse problema pode causar, como a depressão, os desconfortos físicos deste prolapso são:
- Corrimento;
- Problemas de micção (urgência e incontinência urinária, além de aumento da frequência urinária);
- Sensação de peso no pelve;
- Sensação de bola na vagina;
- Dores lombares;
- Dores nas relações sexuais;
- Dificuldade para evacuar;
- Infecções urinárias.
Em estágios mais avançados do prolapso uterino, esses sintomas podem piorar ao longo do dia ou quando as mulheres ficam muito sentadas ou em pé.
Além disso, quando o útero desce em gestantes, elas podem ter dificuldades de andar, aumento da frequência urinária, prisão de ventre e até risco de aborto.
Quando o útero desce, é preciso tratar
Para quem já sabe o que acontece quando o útero desce, é importante ressaltar que se a paciente já está com sintomas, é imprescindível buscar um uroginecologista para fazer uma avaliação ou até mesmo fazer exames de forma preventiva, antes mesmo que o problema se manifeste.
Ao não ser tratado, o problema pode afetar outros órgãos, inclusive, pode ocorrer vários prolapsos ao mesmo tempo.
Existem 4 graus de prolapso uterino, que vão do 1 ao 4. Na classificação Pelvic Organ Prolapse-Quantification, também é classificado o grau O, mas neste caso, não há nenhum prolapso.
É considerada a gravidade à medida que o grau do prolapso aumenta. Sendo assim, os graus 3 e 4 são os mais avançados. No 3, o útero já está totalmente no canal vaginal, e no 4, está em eversão completa, ou seja, se posicionado fora da vagina.
Em geral, para diagnosticar o quadro, o médico fará exames pélvicos com uso de um espéculo, testes urodinâmicos e exames de imagem.
A partir do grau de cada caso, o especialista irá aconselhar uma forma de tratamento que podem ser abordagens clínicas, também conhecidas como conservadoras, ou cirúrgicas.
Tratamento clínico
Quando o útero desce e os sintomas são leves, o tratamento clínico pode ser o uso de pessários, que são dispositivos anatômicos, que são introduzidos na vagina para formar uma contenção mecânica e conter o avanço do prolapso.
Esses dispositivos, que se encaixam ao redor ou na parte inferior do útero, são indicados pelo médico de acordo com as características e necessidades de cada paciente. São vários tipos de pessários e o uso deve ser realizado por alguns meses.
Além disso, exercícios de fisioterapia para fortalecer o assoalho pélvico, controle do peso corporal e alimentação equilibrada também podem ser indicados.
Essas medidas são importantes porque em casos em que as pessoas sejam obesas, pode haver uma recorrência do prolapso, mesmo com o tratamento.
Tratamento cirúrgico
De acordo com a gravidade do prolapso, estado geral de saúde e idade da paciente, a cirurgia pode ser a melhor prescrição quando o útero desce, porque é um tratamento resolutivo.
Quando a cirurgia é a indicação, o procedimento mais comum é para reconstrução das estruturas do assoalho pélvico para garantir a sustentação dos órgãos. Pode ser realizado por via vaginal, abdominal ou laparoscópica.
Em muitos casos, há o uso de telas para ajudar nessa sustentação e diminuir o risco de reincidência do prolapso.
Outra indicação do médico, especialmente quando as mulheres já estão na menopausa, é a realização de uma histerectomia (retirada do útero), que pode ser realizada no mesmo procedimento de reconstrução das estruturas do assoalho pélvico.
Conclusão
Agora que você já sabe o que acontece quando o útero desce, o próximo passo é tomar medidas de tratamento para evitar que o problema avance, independente do estágio do prolapso.
Esse problema feminino traz muitos desconfortos, impacta seriamente a vida da mulher, inclusive, no aspecto sexual, portanto, merece muita atenção.
Procure o quanto antes um especialista para o seu problema. O Dr. Luciano Teixeira tem grande experiência no tratamento do prolapso, para devolver saúde e bem-estar às pacientes.