A infecção urinária recorrente crônica, também conhecida como cistite de repetição, é uma doença proveniente do aparecimento anormal de micro-organismos em qualquer parte do trato urinário, que vai provocar um processo inflamatório nos órgãos.
O problema pode acometer alguns pacientes, principalmente as mulheres, de forma repetitiva.
Veja nesse texto o que é, o que pode causar infecção urinária crônica e qual tratamento pode permitir se livrar do problema.
Infecção urinária recorrente: o que pode ser e causar?
A infecção urinária pode atingir homens e mulheres, mas o público feminino sofre mais com o problema. Esse é o principal diagnóstico apresentado nos prontos atendimentos.
Pelos estudos, 60% das mulheres vão ter pelo menos um episódio da doença ao longo da vida, dessas, pelo menos 20% vão manifestar a patologia muito mais vezes, é o que é chamado de infecção urinária recorrente.
Pode ser considerada de cistite de repetição quando a mulher sofre mais de 3 episódios ao ano ou mais de 2 em seis meses.
Infecção urinária recorrente: causas
A infecção urinária atinge mais o público feminino devido a uma questão anatômica: a uretra feminina é mais próxima do ânus, de onde provêm os micro-organismos que podem desencadear o problema, como as bactérias. A principal causadora da cistite é a escherichia coli.
As causas de infecção urinária recorrente também podem ser fungos, no geral, a cândida, mas há também outros tipos de fungos invasivos.
As mulheres também podem ficar sujeitas à infecção urinária recorrente na gravidez porque as alterações anatômicas e fisiológicas que o corpo sofre no período podem favorecer a colonização de bactérias no trato urinário.
Em geral, essa infecção urinária crônica, além do componente genético que ajuda a deixar a paciente mais vulnerável, é deflagrada pelos mesmos fatores de uma cistite tradicional com causa bacteriana, ou seja, na grande maioria das vezes, ocorre uma associação de fatores que predispõe a ocorrência da infecção.
Dentre eles, destacam-se a baixa ingestão de líquidos, intervalo prolongado entre as micções, esvaziamento incompleto da bexiga, alterações anatômicas do trato urinário, constipação intestinal, litíase urinária, diabetes descompensado, alterações imunológicas, dentre outros.
Além disso, o uso de produtos com espermicidas, uso de duchas vaginais, uso de quimioterápicos, uso de fraldas geriátricas constantes em casos de incontinência urinária e menopausa podem favorecer essas infecções recorrentes.
Já as infecções fúngicas recorrentes ocorrem, normalmente, em pacientes imunossuprimidas (têm baixa imunidade por alguma questão) ou fazem uso de sondas vesicais por muito tempo.
Infecção urinária crônica em idosos
A infecção urinária recorrente em idosos é um quadro bastante comum, é considerada o principal tipo de infecção bacteriana nesta faixa etária.
Os idosos ficam mais vulneráveis a esse problema urológico porque, a partir dos 65 anos, tanto homens quanto mulheres têm uma dificuldade maior em esvaziar completamente a bexiga, o que favorece a proliferação de bactérias no sistema urinário.
Nos homens, condições como a hiperplasia prostática benigna (aumento da próstata), e nas mulheres, o enfraquecimento dos músculos da bexiga que ocorrem com o envelhecimento, são condições que vão criar condições propícias para a cistite de repetição.
Segundo dados de institutos de saúde, a infecção urinária crônica pode afetar 10% dos homens e 20% das mulheres após os 80 anos.

Infecção urinária crônica: sintomas
O sintoma que mais alerta uma mulher da infecção urinária é uma dor na bexiga ou na pelve, semelhante a uma cólica. Em geral, a bexiga é o órgão mais afetado nas infecções urinárias.
No entanto, há outros sintomas de infecção urinária crônica que prejudicam muito a qualidade de vida de uma mulher. Conheça os outros principais sintomas da infecção urinária recorrente:

Além desses sinais típicos, na infecção urinária crônica em idosos podem ocorrer manifestações diferentes de outras faixas etárias, como: confusão mental, agitação, ter dificuldade de fazer tarefas cotidianas e até mudanças repentinas de comportamento.
Isso ocorre porque o sistema imunológico do idoso responde de uma maneira diferente do que o dos jovens, e nem sempre a infecção nos estágios iniciais é percebida. Assim, o quadro pode se agravar e gerar mais estresse físico e emocional no organismo.
Infecção urinária recorrente: consequências
Quando a infecção urinária recorrente não é tratada pode atingir outros órgãos do trato urinário, espalhar-se pelo organismo e se tornar uma infecção generalizada. Por exemplo, se atingir o rim, pode evoluir para uma pielonefrite, que pode ser fatal.
Além disso, a infecção urinária na gestação também pode provocar risco de mortalidade para o feto e até para a mãe.
Já nos idosos, durante a vigência da infecção, os riscos passam por piorar os sintomas em quadros de demência, por exemplo.
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Como diagnosticar infecção urinária crônica?
Em muitos casos, a infecção urinária crônica tem cura.
Mas, quem tem esse tipo de infecção urinária de repetição precisa ter um acompanhamento de um urologista de forma contínua, tanto para diagnosticar como para indicar o tratamento mais adequado, evitando que a mulher faça uso da automedicação, que pode trazer consequências sérias.
Em geral, a cistite é diagnosticada por um exame de laboratório, a urocultura, que vai comprovar a presença de micro-organismos na urina.
Como tratar infecção urinária recorrente?
O primeiro passo no tratamento da infecção de urina crônica é tentar identificar a causa. Dentre as medidas gerais, é preciso descobrir qual é a bactéria causadora da cistite de repetição.
Para isso, é realizado um exame de cultura para identificar a bactéria, e o próprio laboratório fará um antibiograma, que vai revelar para qual bactéria tem resistência.
O tratamento para infecção urinária vai envolver a ingestão dos remédios corretos (antibióticos ou antifúngicos), além de cuidados preventivos. Com a medicação correta, os sintomas desaparecem em poucos dias.
No entanto, no caso de infecção urinária crônica em idosos, o tratamento pode levar algumas semanas ou até ser necessária uma hospitalização para que seja aplicada uma medicação intravenosa.
O uso de antibióticos também pode ser uma forma de tratamento não só curativo mas preventivo, nestes casos, o médico vai indicar o uso de uma fração do antibiótico por um tempo mais prolongado.
Para as pacientes que sofrem de cistite pós-coito recorrente, a profilaxia antibiótica também é indicada após a relação sexual.
Muitas vezes, essas pacientes que têm esse quadro de repetição da infecção precisam mudar hábitos de vida e adotar hábitos preventivos.
Como prevenir infecção urinária recorrente?
Não existe um tratamento natural para infecção urinária recorrente, mas alguns cuidados vão possibilitar evitar o problema. Confira algumas dicas:

Conclusão
Todas essas medidas preventivas e um acompanhamento médico constante irão ajudar que a paciente evite ao máximo a ocorrência desse desconforto constante.
Mas, caso já apresente sintomas de infecção urinária crônica, não deixe de buscar a ajuda médica para evitar que o problema evolua para quadros mais graves.
O Dr Luciano Teixeira é especialista nas questões urológicas femininas e masculinas, oferecendo atendimento humanizado e diagnóstico preciso. As abordagens terapêuticas para tratamento serão planejadas caso a caso.