A incontinência urinária é um problema que afeta cerca de 400 milhões de pessoas ao redor do mundo, segundo dados da Organização Mundial da Saúde. É um distúrbio que atinge homens e mulheres, porém, é mais comum no sexo feminino.
Os sintomas da incontinência urinária podem abalar a autoestima, causar desconforto e até mesmo comprometer a qualidade de vida. Neste post, leia mais sobre incontinência urinária, tipos, causas e formas de tratamento. Confira!
O que é incontinência urinária?
A incontinência urinária é caracterizada por qualquer perda involuntária de urina pela uretra, independentemente da quantidade. Essa condição também é caracterizada quando há pequenos escapes diários, e não apenas pela perda grande e incontrolável de urina.
Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), a incontinência urinária atinge cerca de 10 milhões de brasileiros de todas as idades. O distúrbio costuma afetar de três a quatro vezes mais as mulheres do que os homens. No Brasil, atinge 45% das mulheres e 10% a 15% dos homens.
O fato de as mulheres apresentarem mais casos de incontinência urinária deve-se, além da uretra, a duas falhas naturais no assoalho pélvico: o hiato vaginal e o hiato retal.
Com isso, as estruturas musculares que dão sustentação aos órgãos pélvicos, que produzem a contração da uretra para evitar a perda urinária, e o músculo que forma um pequeno anel em volta da uretra são mais frágeis no público feminino.
No geral, a incidência de incontinência urinária em idosos é bastante alta. Estima-se que aos 70 anos, o problema pode ser de 4 a 5 vezes maior do que nas faixas de 20 a 40 anos.
A incontinência urinária tende a aumentar com o avançar da idade, ainda assim, não deve ser considerado normal ter perdas urinárias, nem que sejam em pequenas quantidades.
A incontinência urinária exige cuidados médicos porque traz comprometimentos na sua vida social, sexual, psicológica e física.
O que é a incontinência urinária feminina?
A incontinência urinária faz mais vítimas entre as mulheres. Em dados apresentados no início de 2020 pela Sociedade Brasileira de Urologia, a incontinência urinária feminina ocorre em 45% das mulheres após os 40 anos e a menopausa.
A idade também é um fator de risco para o surgimento do problema de incontinência urinária no público feminino em seus variados graus, porém, 40% das mulheres grávidas, mesmo em idades mais jovens, podem ser afetadas pela questão.
A maior prevalência de incontinência em mulheres, quando comparadas aos homens, se deve principalmente por uma questão anatômica.
A uretra feminina mede cerca de 4 cm e o esfíncter (músculo responsável pela continência) mede aproximadamente de 2,5 cm. Entretanto, nos homens, a uretra mede cerca de 15-17cm e, além do esfíncter urinário, ainda contam com a próstata, que também tem um tecido muscular que auxilia no aumento da resistência à perda urinária.
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O que causa incontinência urinária feminina?
Diferentes doenças e situações podem ocasionar uma incontinência urinária nas mulheres:

O que é incontinência urinária masculina?
A definição de incontinência masculina é a mesma para ambos os sexos, como foi citado acima. Porém, neste tópico vamos lembrar que nos homens, o aparelho urinário baixo liga a bexiga com a próstata e a uretra. Por isso, os indivíduos do sexo masculino apresentam uma uretra mais longa e com uma estrutura próstatica bem definida, o que certifica maior proteção contra a perda involuntária de urina.
Nos homens, o tipo mais comum é a incontinência de urgência, caracterizada pela vontade urgente de urinar, sem dar tempo de chegar ao banheiro, na maioria dos casos.
Causas de incontinência urinária nos homens
A perda urinária involuntária em homens ocorre, principalmente, em duas situações:
- A primeira devido à cirurgia para retirada da próstata (prostatectomia radical), que é um procedimento para tratamento do câncer de próstata. Isso faz com que os homens percam um dos mecanismos de continência e os tornam suscetíveis às perdas;
- A segunda causa ocorre devido à bexiga hiperativa, problema que fica cada vez mais comum com o avançar da idade e que normalmente está associado a um aumento do volume prostático (hiperplasia da próstata).
Tipos de incontinência urinária
A incontinência urinária pode ser dividida em 2 tipos: incontinência de esforço e incontinência de urgência.
Incontinência urinária de esforço: ocorre devido a uma incompetência do esfíncter (músculo responsável pela continência) de resistir ao aumento da pressão abdominal / vesical, ou seja, o indivíduo pode ter perda de urina ao espirrar, tossir, rir, levantar peso, subir escadas, fazer exercícios físicos, mudar de posição ou fazer qualquer movimento que ponha a bexiga sob pressão.
A incontinência de urgência: acontece devido à bexiga hiperativa, que é a perda da capacidade da bexiga, de armazenar urina em baixas pressões, levando a contrações involuntárias do órgão, ocasionando perdas urinárias.
Muitas pessoas podem ter dois tipos de incontinência ao mesmo tempo, que é conhecida como incontinência mista, seu sintoma mais importante é a impossibilidade de controlar a perda de urina pela uretra.
Também há outras denominações de incontinência. São elas:
Incontinência por transbordamento
É caracterizada quando a bexiga fica tão cheia que pode literalmente transbordar. Pode ser causada por fraqueza do músculo da bexiga ou por alguma obstrução da saída da urina.
Neste tipo de incontinência, os sintomas podem ser a sensação de que a bexiga não está vazia, jato urinário fraco, necessidade de fazer esforço para urinar, necessidade urgente de urinar diversas vezes durante a noite e até o vazamento de urina durante o período do sono (enurese noturna).
Incontinência por fístula urinária
Fístula é um termo utilizado para descrever uma comunicação anômala entre um órgão e outro. Normalmente, ocorre devido a algum trauma cirúrgico. As fístulas urinárias mais comuns ocorrem entre a vagina e a bexiga.
É um tipo de incontinência muito severa e contínua, que pode ocorrer como resultado de um procedimento cirúrgico, processos inflamatórios ou traumatismos.
Enurese noturna
É o tipo de incontinência que ocorre durante o sono, mais comum em crianças, quando não conseguem controlar a urina ainda, mas também pode se manifestar em adultos.
Incontinência funcional
Ocorre quando uma pessoa reconhece a necessidade de urinar, mas está impossibilitada de ir ao banheiro devido a alguma doença ou complicação que a impede de chegar ao banheiro no tempo certo e por conta própria.

Como diagnosticar a incontinência?
Para entender melhor a incontinência urinária, sintomas e tipos, o médico deve fazer uma anamnese detalhada, para avaliar histórico médico do paciente, os tipos de medicação que está tomando e até hábitos de micção.
O urologista também pode realizar o pedido de alguns exames, como:
- Exame de urina;
- Ultrassom;
- Cistoscopia;
- Exame urodinâmico;
- Teste de esforço;
- Medida do resíduo miccional.
Como tratar incontinência urinária?
O tratamento para incontinência urinária existe e precisa ser procurado pelo paciente porque, além de promover a baixa da autoestima, traz outros agravamentos e sequelas.
Entre os problemas secundários que pode causar, por exemplo, está a maceração da pele em função do contato constante com a urina, conhecido como dermatite associada à incontinência por uso constante de absorventes. Normalmente, isso pode ocorrer em pacientes mais idosas.
Além disso, a pessoa com incontinência fica psicologicamente abalada porque o problema impõe restrições ao convívio e até limitação de certas atividades físicas.
O tratamento será realizado de acordo com o tipo que o paciente manifesta, pode ser um remédio para incontinência urinária, fisioterapia, cirurgia e até mesmo a indicação de uma terapia comportamental (para mudança de hábitos e estilo de vida).
Fisioterapia e terapia comportamental
Fisioterapia e terapia comportamental estão na primeira linha de tratamento para incontinência urinária, independente da causa.
Na fisioterapia, os exercícios para incontinência urinária servem para fortalecimento do assoalho pélvico, como os de Kegel.
Esse exercício para incontinência urinária consiste em contrair os músculos por um tempo e depois relaxá-los por repetidas vezes. Essas sessões devem ser realizadas ao menos três vezes ao dia visando reforçar os músculos do assoalho pélvico.
Também na parte fisioterapêutica, pode ser utilizada a estimulação elétrica, que deve ser prescrita pelo médico.
Medicamentos
A medicação para incontinência urinária é indicada para o caso de incontinência de urgência. Os principais medicamentos utilizados são anticolinérgicos e beta-adrenérgicos.
O remédio para incontinência urinária visa melhorar as perdas urinárias por urgência, assim como diminuir os episódios de urgência miccional e aumentar o intervalo entre as micções.
Incontinência urinária: tratamento cirúrgico
Tratamento cirúrgico é indicado quando os tratamentos mais conservadores foram ineficazes.
Cirurgia para mulheres
O tratamento cirúrgico indicado vai depender da causa da perda urinária:
- Incontinência de esforço: sling é um método minimamente invasivo que consiste em introduzir uma fita sintética ou biológica abaixo da uretra, via intravaginal. A finalidade deste recurso é reduzir a perda urinária devido ao aumento da resistência uretral;
- Incontinência de urgência: botox, neuromodulação sacral ou ampliação vesical.
Cirurgia para homens
O tipo de procedimento cirúrgico também vai depender da causa da perda. Em caso de perda urinária por esforço, normalmente, em pacientes em pós operatório de prostatectomia radical, os tratamentos mais indicados são sling ou esfíncter artificial.
Outro tratamento cirúrgico consiste no implante cirúrgico de dispositivo para incontinência urinária, que é um tipo de eletrodo que funciona como marcapasso neural, denominado interstim. Pode ser utilizado para homens e mulheres.
Essa técnica visa melhorar a incontinência urinária e também os distúrbios funcionais da defecação.
O marcapasso neural vai realizar a eletroestimulação das vias sacrais para proporcionar uma melhora significativa desses problemas do sistema urinário e intestinal a médio e longo prazo.
Outras dicas para ajudar no tratamento
Os pacientes podem tomar algumas medidas que vão ajudar nos tratamentos, qualquer que seja a indicação médica. Veja algumas dicas:

Incontinência urinária: fatores de risco
Entre os fatores de risco para incontinência urinária estão:
- Idade: a probabilidade de ter incontinência aumenta com a idade;
- Sexo: como foi citado, a incontinência urinária é, pelo menos, duas vezes mais comum em mulheres do que em homens;
- Raça: mulheres brancas são mais propensas a ter incontinência urinária de esforço em comparação com mulheres afro-americanas e asiáticas;
- Obesidade: o sobrepeso aumenta a pressão sobre a bexiga e nos músculos ao redor, o que os enfraquece e desencadeia em uma incontinência;
- Outras doenças: doenças neurológicas ou diabetes podem aumentar o risco de incontinência.
A incontinência urinária tem cura?
Sim, a incontinência urinária feminina tem cura, assim como a masculina. Para curar essa condição, é importante adotar mudanças no estilo de vida, como perder peso, parar de fumar, diminuir o consumo de bebidas alcoólicas, beber menos cafeína, prevenir a constipação e evitar levantar objetos pesados.
No entanto, a cura só acontece com um tratamento adequado, e vale dizer que cada corpo reage de um jeito. Dessa forma, não existe uma fórmula mágica para cura.
Conclusão
Os pacientes devem entender que esse é um tema sério que não deve ser visto como um fato corriqueiro ou um problema normal da idade. Uma vez que tende se agravar com o passar do tempo e pode influenciar negativamente a qualidade de vida.
A incontinência exige observação e cuidados multiprofissionais, assim, a qualidade de vida do paciente será muito melhorada e ele poderá seguir com seus compromissos sociais ou profissionais sem qualquer constrangimento.
Quem trata incontinência urinária em São Paulo?
Ao perceber algum desconforto em relação a incontinência urinária, procure com urgência um médico especialista para avaliar o seu caso e iniciar o tratamento adequado o quanto antes.
O Dr. Luciano Teixeira é especialista em Urologia pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), e realiza tratamentos de cistite, prolapso vaginal e cirurgias para problemas urinários. O seu atendimento é sempre humanizado, com o objetivo de restaurar a autoestima de cada paciente.
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