A estenose uretral é uma condição que pode ser confundida com várias patologias urológicas e traz muitos sintomas desconfortáveis.
Para saber mais sobre o que é, o que causa, sintomas e tratamento desse quadro urológico, leia esse texto até o final.
O que é estenose uretral?
A principal função da uretra é transportar e eliminar a urina, nos homens também é o tubo pelo qual o sêmen sai pelo meato uretral. Em condições normais, esse canal é largo o suficiente para escoar os líquidos, mas, quando há um estreitamento que pode restringir o fluxo urinário, é definido como estenose uretral.
Esse problema urológico pode ocorrer com homens e mulheres, porém, a estenose uretral feminina é muito mais rara. Já os homens ficam mais sujeitos ao problema devido ao fato de terem uma uretra mais longa.
Esse estreitamento pode ocorrer em qualquer parte da uretra, atingir alguns milímetros ou envolver toda a extensão do órgão.
Segundo dados da Sociedade Brasileira de Urologia, para cada 1.000 pessoas, 9 são acometidas.
O que causa estenose uretral?
Em geral, esse estreitamento ocorre devido a uma inflamação, lesão ou presença de tecido cicatricial. Inúmeros fatores podem levar a essa condição, como:

Estenose de uretra: sintomas
A estenose uretral causa dores na região pélvica ou abdominal, mas também pode trazer outros desconfortos crescentes relacionados a um sistema urinário enfraquecido, como:
- Vontade frequente e repentina de urinar;
- Esvaziamento incompleto da urina;
- Ardência e dor durante a micção;
- Incontinência urinária;
- Inchaço e dor no pênis;
- Sangue no sêmen;
- Fluxo de urina fraco;
- Urina escurecida;
- Incapacidade de urinar, etc.
Todos esses sintomas são bastante desconfortáveis, mas a incapacidade de micção é o mais grave, é conhecido como retenção urinária, que pode levar a quadros perigosos para a função renal.
Por isso, quando alguém percebe esses sinais deve buscar um especialista o mais rápido possível para saber se está com estenose de uretra e providenciar o tratamento.
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Como é realizado o diagnóstico?
Quando existe a desconfiança do médico que um paciente tem estenose da uretra a partir de suas queixas, ele pode realizar teste físico e solicitar pedidos de exame de imagem que vão permitir observar as condições da uretra, como um ultrassom, ou uma uretroscopia, para ver o interior do canal.
Em geral, testes não invasivos não conseguem detectar se o volume residual de urina na bexiga é fruto de uma estenose.
Porém, no exame de uretroscopia é possível observar a uretra. Nesse exame, será introduzido um instrumento de visualização que vai chegar até o ponto onde há a restrição. Assim, o médico consegue saber se há e onde está o estreitamento.
O médico também pode pedir uma uretrocistografia que faz uso de raio-X com a uretra preenchida por um contraste.
Nas mulheres, quando o especialista suspeita de uma estenose da uretra feminina, podem solicitar um ultrassom transvaginal, este exame contrastado também auxilia na detecção do ponto de estenose, bem como no comprimento do estreitamento.
Estenose de uretra: tratamento
O tratamento para estenose uretral vai depender dos resultados dos exames de imagem e envolve alguns métodos cirúrgicos. De acordo com a situação da uretra, o médico poderá indicar um procedimento para dilatação uretral, uretrotomia interna, uretroplastia.
No entanto, a dilatação uretral, que é um tratamento ambulatorial, que faz o alargamento da uretra por meio de vários instrumentos cada vez mais calibrosos, tem sido um tratamento que vem caindo em desuso.
Já a uretrotomia interna, é mais prevalente em estenoses menores que 1 cm. Neste procedimento, um uretrótomo é utilizado para cortar o tecido cicatricial e desbloquear a área que está sofrendo restrição.
Na uretrotomia, o pós-operatório de estenose uretral vai prever o uso de uma sonda por 3 a 7 dias.
Já a uretroplastia promove uma reconstrução uretral, na qual o tecido cicatricial é retirado. Em alguns casos, para essa reconstrução será necessário uso de enxertos com a pele peniana ou da mucosa oral.
Embora mais invasiva, essa opção tem produzido melhores resultados, especialmente para defeitos acima de 1 cm.
Conclusão
A estenose uretral é uma condição tratável, mas pode ocorrer novamente, especialmente em pacientes que fizeram dilatação uretral, uretrotomia, o que vai levar à necessidade de um acompanhamento médico contínuo.
Não permita que o problema chegue a um quadro de emergência, com uma retenção urinária. Sempre que uma patologia é tratada de forma precoce, vai ter muito mais chances de melhor recuperação.