Quando uma pessoa tem cristais na urina pode sequer perceber o fato, mas quando essas formações se tornam maiores pode causar grandes desconfortos.
Veja aqui o que podem ser essas formações e se é possível tratar esse problema.
O que são cristais na urina?
A urina das pessoas contém um grande número de substâncias, como os minerais, que quando se tornam sólidas formam os cristais. Podem ter formações geométricas definidas ou até serem cristais uratos amorfos na urina.
Mas, nem sempre, receber um exame que acuse a presença de cristais na urina significa que a pessoa não esteja saudável. É preciso entender em quais condições esses cristais se formaram, como por exemplo, a partir de determinados alimentos ingeridos, da pouca hidratação, do PH da urina e outros motivos.
Normalmente, quando uma pessoa ingere uma boa quantidade de líquidos as pequenas formações são eliminadas pela própria micção.
Porém, quando não há condições suficientes para expelir esses cristais e há um acúmulo excessivo de algumas substâncias, eles podem se transformar em um cálculo renal, que são formações sólidas, que podem ter dimensões maiores e trazer sintomas bastante desagradáveis, devido ao deslocamento pelo trato urinário e bloqueio das vias urinárias, que traz sérios riscos ao rim.
Além disso, a formação de certos cristais também pode indicar algum desequilíbrio metabólico. Por exemplo, quando são de tirosina, cistina, purina e leucina pode significar alguma doença subjacente.
Cristais na urina: sintomas
Muitas vezes, os cristais não provocam qualquer sintoma, mas quando estão em elevadas concentrações pode ocorrer:

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Como os cristais são diagnosticados?
Os cristais são diagnosticados a partir de um pedido para exame laboratorial, solicitados quando o médico suspeita de alguma ocorrência no trato urinário ou mesmo em uma consulta de rotina.
O exame de urina vai indicar a substância, a cor e formato dos cristais detectados.
Tipos de cristais
Diversos minerais são responsáveis por essas formações dos cristais, os mais comuns são os cristais de cálcio na urina, mas existem outros:
- Cristais de ácido úrico na urina: em geral, são provocados por dietas muito ricas em proteínas, que estimulam o aumento do ácido úrico na urina, que é derivado da proteína purina. É comum em pacientes que passam por quimioterapias ou têm gota. Normalmente, os cristais de ácido úrico na urina têm uma coloração laranja-amarronzada ou amarela;
- Cristais de oxalato de cálcio na urina: o cálcio pode se combinar com várias substâncias e formar cristais, um dos mais comuns são os de oxalato, que estão presentes em suplementos de vitamina C ou em alimentos como o espinafre. Os cristais oxalato de cálcio na urina podem ser um prenúncio de um cálculo renal;
- Carbonato de cálcio: também estão muito associados à formação de pedras nos rins, podem se formar a partir do consumo de sal. Nestes casos, pode ser indicada uma redução do consumo de suplementos, que também contenham a substância. Têm a forma de discos grandes e redondos, com cor castanho claro;
- Cristais de fosfato de cálcio: podem aparecer na urina alcalina ou normal, em geral, em quem tem hipoparatireoidismo. Esse cristal tem forma de estrela ou agulha, e são incolores;
- Cristais de estruvita: em geral são formados por magnésio e amônio, muito presentes em mulheres que têm recorrência em infecções urinárias. Essas cristais, que são incolores, podem crescer muito, formar pedras e bloquear as vias urinárias.
- Cristais de cistina: esse aminoácido provoca pedras nos rins de dimensões maiores. Essa condição é mais rara e genética, conhecida como cistinúria. Esses cristais têm formato de hexágono e são incolores;
- Cristais de leucina: esses são, em geral, cristais da urina ácida, e são sinais de doença hepática. Esses cristais se assemelham a troncos de árvore na cor amarelo-amarronzado;
- Cristais de tirosina na urina: esses cristais na urina ácida podem representar distúrbios metabólicos, como doenças do fígado ou tirosinemia. São semelhantes a agulhas e são incolores;
- Cristais de bilirrubina na urina: essa substância é produzida na degradação de glóbulos vermelhos, que pode tornar a urina mais escura, em uma cor de chá. Estes cristais na urina estão associados a doenças ou anormalidades hepatobiliares. Essas formações têm formatos granulares.

Cristais na urina: tratamento é para cada tipo
Nem sempre os cristais vão exigir um tratamento, antes é preciso avaliar o tipo de formação e se há outras doenças adjacentes. Então, cada caso será tratado de acordo com o cristal apresentado no exame e o diagnóstico completo da doença.
Por exemplo, mudanças na alimentação e no consumo de líquidos podem ser indicadas para quem tem cristais de ácido úrico ou de oxalato de cálcio. Por isso, quando a pessoa tem esses cristais, eliminar fica muito mais fácil se aumentar a hidratação diária.
Já para quem tem formações de estruvita, que está muito associado às infecções, o uso de antibióticos poderá ser a melhor solução.
Enquanto as pessoas que têm cristais de lecina, vão precisar de um tratamento com medicações para restaurar as condições hepáticas o mais rápido possível.
No entanto, algumas pessoas já têm uma certa predisposição à formação dos cristais, mesmo consumindo mais água ou outros tipos de líquidos. Nestes casos, o médico vai indicar um tratamento próprio para essa condição, com medicações que ajudam a dissolver os cristais.
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Alimentos que causam cristais na urina: o que evitar?
Para reduzir a concentração desses cristais é importante manter uma dieta saudável, evitando o consumo excessivo de certos alimentos, como:
- Sal;
- Temperos industrializados;
- Alimentos que contêm oxalato: espinafre, ruibarbo, amendoim, beterraba, chá preto, batata doce, chocolate, café e refrigerantes à base de cola);
- Proteínas em excesso;
- Tomate;
- Feijão;
- Embutidos.
Além disso, sempre que possível, consuma alimentos naturais e não esqueça que a boa hidratação é fundamental.