Urolitíase ou cálculo renal são termos utilizados para designar o que muitas pessoas conhecem como pedra nos rins.
Leia o texto para entender mais sobre causas e sintomas de cálculo renal, bem como aliviar e tratar o problema.
O que é cálculo renal?
É um distúrbio provocado pela formação de substâncias minerais dentro dos rins, que é o órgão responsável pela eliminação de toxinas e dejetos do metabolismo do corpo por meio da urina.
Esses cristais que se formam nos rins, costumam ser eliminados quando a pessoa produz urina suficiente, mas quando isso não ocorre, essas substâncias se juntam e formam uma pedra, que vai provocar uma dor intensa quando se desloca.
O problema é bastante frequente e costuma atingir mais os homens, porém, as mulheres também estão sujeitas.
Os cálculos renais podem ser classificados de acordo com a sua localização e composição. São 4 tipos de cálculos renais:
- Cálculo de cálcio: quando há uma grande presença de sais de cálcio e oxalato na urina. Representa 80% dos casos. Quando há muito cálcio é uma condição conhecida como hipercalciúria, já quando há muito oxalato é denominado hiperoxalúria;
- Cálculo de ácido úrico: formados em urina com pH baixo (ácido) e em condições que levem a hiperuricosúria, que seria o aumento do ácido úrico na urina;
- Cálculo de cistina: são cálculos mais raros que se formam a partir de uma grande quantidade de cistina na urina, que é um aminoácido. Podem se formar em pessoas que têm cistinúria;
- Cálculo de estruvita: indica uma infecção prévia, e são pedras compostas por uma mistura de amônia, fosfato e magnésio. São causados por bactérias (por exemplo, Proteus sp, Klebsiella sp). Ao contrário de outros tipos de cálculos, estes ocorrem com frequência 3 vezes maior em mulheres.
Quanto à localização dos cálculos, podem estar dentro do rins, que é onde fica a maioria das pedras, porém, pode percorrer o trato urinário e seguir para os ureteres (que é o canal que leva urina do rim para a bexiga) ou para a bexiga.
Cálculo renal: sintomas
Muitas vezes, o cálculo se forma dentro do rim, mas fica parado, então o paciente será assintomático.
Mas, quando essa formação se move e causa uma obstrução à drenagem de urina dos rins, leva à cólica renal, que é o sintoma mais evidente deste problema. A dor costuma ser muito intensa e aguda, com espasmos, irradiando para as costas e parte inferior do abdômen, e surge repentinamente, porém, há outros sinais que acusam o problema:

Veja mais neste vídeo sobre infecção urinária:
Cálculo renal: causas
Em geral, o que causa o cálculo renal é o desequilíbrio hídrico no organismo, porque a quantidade de líquido não é suficiente para dissolver os sais, que irão se tornar cristais na urina e formar as pedras. Por isso, pacientes que costumam desenvolver esses cálculos ingerem poucos líquidos.
Porém, alguns outros pacientes, mesmo tomando líquidos na quantidade adequada, ainda ficam sujeitos à formação dos cálculos no rins, devido a fatores de risco como:
- Genética;
- Distúrbios metabólicos;
- Fatores ambientais (locais muito quentes);
- Alimentação inadequada;
- Alterações anatômicas;
- Obesidade;
- Diabetes;
- Ganho acentuado e rápido de peso;
- Hipertensão;
- Uso de certas medicações.
Cálculo renal: tratamento e alívio
Quando a dor começa, não há o que alivie, nem repouso, nem movimento, não há nenhuma posição adequada. Em geral, a crise pode durar por horas, com ápice de dor em 2 horas, seguidas por vômitos, e só vai aliviar com o atendimento médico.
Por isso, quando a dor nos rins é muito intensa, provocando náuseas e vômitos, a melhor saída para aliviar a crise é buscar ajuda em um pronto-atendimento.
Além de colocar o paciente para receber soro fisiológico, o que poderá ajudar na recuperação da desidratação provocada pelos possíveis vômitos, os médicos também podem prescrever um remédio para cálculo renal, como as medicações via venosa de analgésicos, anti-inflamatórios e antiespasmódicos.
Além disso, o médico também pode investigar se o cálculo provocou uma infecção urinária e até hidronefrose (obstrução da urina), por meio de exames de urina, sangue e exames de imagem.
Quando o cálculo é pequeno, poderá ser expelido naturalmente, para isso, será indicada uma maior ingestão de líquidos para ajudar na eliminação. Porém, se a pedra for maior que 0,5 cm pode indicar a necessidade de uma cirurgia para cálculo renal, especialmente se tiver causado hidronefrose, com risco de consequências graves caso não seja tratada com rapidez, como pielonefrite e insuficiência renal.
Uma das intervenções cirúrgicas é a ureterorrenolitotripsia, que é um procedimento minimamente invasivo, mas há outros tipos de cirurgia, inclusive, com o método tradicional.

Como evitar cálculo renal?
Uma das formas de prevenir a formação de cálculos renais é manter um constante equilíbrio hídrico no organismo, ingerindo, no mínimo, 1,5 a 2 litros de líquidos por dia.
Outro ponto importante é que o paciente deve evitar o consumo de alimentos que contêm oxalato, como refrigerantes, café e até alguns tipos de chá (mate, verde e preto). Além de evitar também consumir muita proteína e excesso de sal.
Outro aspecto é que os estudos médicos também apontam que o excesso de vitamina C no organismo pode levar à formação de cálculos.
No entanto, não é necessário reduzir o consumo de alimentos ricos em cálcio, que também são essenciais para o organismo, mas fique atento à ingestão de suplementos de cálcio. Nestes casos, há sim o risco de desenvolvimento de pedras nos rins.
Para avaliar se corre risco de uma crise renal, o paciente também deve ficar atento à cor da sua urina, quanto mais clara, melhor. O odor também não deve ser intenso. Se a urina estiver escura e com cheiro forte, pode ser o indício de desidratação, o que aumenta o risco de formação de cálculos renais.
Quando as pessoas têm uma predisposição ao problema, precisam manter esses cuidados constantemente, porque, em geral, quando um paciente já teve cálculos renais há uma chance de 40% de desenvolver outra crise em 5 anos.
Portanto, se já teve uma crise renal ou percebeu as características citadas acima na urina, é importante passar com um urologista, para fazer o devido acompanhamento e evitar as crises intensamente dolorosas. O médico poderá fazer um planejamento terapêutico que vai evitar todo esse desconforto.