Bexiga hiperativa é uma condição urológica que pode prejudicar muito a qualidade de vida de quem carrega esse problema. Embora não seja um dos termos médicos mais comuns entre a população, pode atingir de 15% a 20% das pessoas acima de 40 anos no país.
Leia neste post mais sobre o que é, causas e como tratar bexiga hiperativa.
O que é bexiga hiperativa?
Antes de explicar o que é bexiga hiperativa, é interessante conhecer o funcionamento do trato urinário inferior. A bexiga funciona como um reservatório, que visa armazenar urina em baixas pressões. Em condições normais, a bexiga fica em repouso durante o enchimento e se contrai, apenas quando o cérebro determina, de modo a eliminar a urina armazenada.
Na bexiga hiperativa, o armazenamento de urina fica prejudicado, uma vez que a bexiga passa a contrair involuntariamente, levando a um desejo súbito e repentino de urinar. Em alguns casos, o indivíduo acaba tendo escape de urina antes mesmo de chegar até o banheiro.
A bexiga hiperativa é causada por mau funcionamento da bexiga ou por comprometimento da comunicação entre o trato urinário inferior e o sistema nervoso central, ou seja, por uma disfunção no trato urinário, que promove uma redução da capacidade de armazenamento da urina, assim, surge uma necessidade urgente de micção, que também pode estar associada a uma incontinência urinária.
É um problema que vai afetar homens e mulheres, porém, a bexiga hiperativa em crianças também pode acontecer. As mulheres são especialmente afetadas na pós-menopausa.
Já nos homens, a síndrome da bexiga hiperativa pode estar associada às obstruções no trato urinário ou à hiperplasia prostática benigna.

Acima estão os principais sintomas de quem está com bexiga hiperativa, mas muitas pessoas que manifestam esse descontrole de micção à noite, também conhecida como noctúria, têm um prejuízo muito grande na qualidade do sono, porque vai necessitar de diversas idas ao banheiro. Com o sono constantemente interrompido, elas já acordam cansadas, como se não tivessem dormido.
Além disso, devido a essa incapacidade de controle da urina e a alta frequência da micção, pode ocorrer a enurese noturna em muitos pacientes.
Bexiga hiperativa: causas
Existem apenas duas causas de bexiga hiperativa: neurogênica e idiopática. Alguns fatores que pode estar associados a bexiga hiperativa:
- Infecções urinárias;
- Cálculos da bexiga;
- Hiperplasia benigna da próstata;
- Alterações hormonais;
- Hérnias de disco;
- AVC;
- Doença de Parkinson;
- Demências (Alzheimer)
- Esclerose múltipla;
- Lesões na medula espinhal;
- Diabetes mellitus, etc.

Como a bexiga hiperativa é diagnosticada?
A investigação para diagnóstico da bexiga hiperativa deve ser bastante minuciosa porque outras patologias também podem cursar com sintomas semelhantes. Assim, infecções urinárias, tumor de bexiga, diabetes ou formação de pedras na bexiga devem ser primeiramente descartadas pelo médico.
Podem ser necessários exames clínicos e laboratoriais, como os testes urodinâmicos. O urologista também poderá solicitar um diário miccional, para checar a quantidade de idas ao banheiro em um certo período. Esse diário vai ajudar a quantificar as micções de dia e de noite e até avaliar se houve perdas de urina no período.
No exame físico, o médico irá avaliar as condições mentais, de motilidade e estado geral do paciente, considerando que certas doenças neurológicas também podem causar disfunções no trato urinário.
Bexiga hiperativa: tratamento
Existem algumas abordagens terapêuticas para a bexiga hiperativa, como a fisioterapia e terapia comportamental.
A opção por uma delas vai depender da intensidade dos sintomas de cada paciente.
A abordagem comportamental é a primeira linha de tratamento, com a qual o médico vai orientar que o paciente modifique alguns comportamentos em relação a essa disfunção, por exemplo:

Neste aspecto, uma ressalva é muito importante: os pacientes não devem diminuir a ingestão de água, porque a falta desse líquido precioso no organismo pode levar a outras patologias, como cálculo renal.
Além da terapia comportamental, a fisioterapia do assoalho pélvico, com eletroestimulação, exerce um papel importante na primeira linha de tratamento destes pacientes.
A terapia medicamentosa entra como segunda linha de tratamento para os pacientes que não obtiveram melhora com o tratamento conservador. Os medicamentos utilizados podem contribuir para melhorar a qualidade de vida dos pacientes com o aumento do intervalo entre as micções e, inclusive, redução dos episódios de urgência e urgeincontinência.
O remédio para bexiga hiperativa e terapia pélvica também podem estar associados. São exercícios para bexiga hiperativa, conhecidos como exercícios de Kegel, ajudando a inibir contrações involuntárias da bexiga.
Associado aos exercícios, terapias com eletroestimulação do nervo tibial posterior também tem mostrado resultados animadores no controle dos sintomas de bexiga hiperativa.
Para casos de bexiga hiperativa que não respondem a mudanças de hábitos de vida, fisioterapia e medicamentos, é preciso uma outra abordagem terapêutica.
Pacientes que não responderam às opções de tratamento citadas acima, são candidatos a terapias mais invasivas, dentre elas, a aplicação de botox no músculo da bexiga. Tal tratamento leva a altas taxas de cura e deve ser reaplicado, em média, a cada 6 a 9 meses.
Outra linha de tratamento é a estimulação do nervo sacral por meio do implante de um dispositivo sob a pele para enviar impulsos elétricos que vão ajudar no controle da bexiga.
Conclusão
A bexiga hiperativa pode inviabilizar a vida social ou até mesmo profissional de uma pessoa porque ela não consegue ter o devido controle da bexiga, fica muito difícil frequentar eventos, reuniões e até fazer viagens.
Por isso, não deve-se adiar a busca pelo especialista para obter o tratamento médico. O urologista irá avaliar o grau do problema e indicar o melhor tratamento de forma individualizada, porque cada pessoa tem uma resposta diferente. Seguir a linha terapêutica prescrita pelo médico e dar feedbacks a ele vai ajudá-lo a avaliar a melhora de sintomas, que poderá permitir a volta de uma vida normal ao paciente.
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